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Israel: soldados da IDF ocultam rostos em premiação presidencial de 2025

Cerimônia em Israel premia soldados que não podem mostrar o rosto na semana de comemoração de independência — nem fora do país

Em meio as acusações por crimes de guerra contra o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da defesa Yoav Gallant, e um alto-funcionário do Hamas, soldados israelenses premiados na cerimônia presidencial de 2025 aparecem com os rostos ocultos. A cautela segue recomendações do alto comando militar para evitar processos no exterior.

Na Cerimônia Anual de Soldados Destacados, o presidente de Israel concede medalhas a 120 soldados por seus “serviços”. Diferente das edições anteriores, no entanto, a entrega dos certificados este ano foi prevista para acontecer diante de familiares apenas, sem transmissão ao vivo, segundo o jornal israelense Yedioth Ahronoth.

Soldados israelenses da IDF condecorados em 2024, antes das atuais restrições à divulgação de identidade por motivos de segurança internacional. Imagem: Reprodução.

A mudança ocorre justamente nas celebrações da semana da independência de Israel, o Yom Ha’atzmaut — um momento de afirmação nacional, marcado, neste ano, pela necessidade de manter no anonimato os rostos dos condecorados.

As restrições ocorrem após denúncias de organizações internacionais de direitos humanos, como a Fundação Hind Rajab, que tem documentado violações cometidas por soldados israelenses em Gaza e instado governos estrangeiros a processá-los quando visitam outros países durante as férias.

Investigação de soldado israelense no Brasil

Em janeiro deste ano, a Justiça brasileira solicitou a abertura de uma investigação à Polícia Federal após a Fundação Hind Rajab (FHR) apresentar uma queixa-crime contra Yuval Vagdani, soldado israelense que estava de férias no Brasil.

A FHR representou famílias cujas casas foram destruídas por Vagdani em Gaza. Durante sua estadia em Morro de São Paulo (BA), ele interrompeu as férias e fugiu para a Argentina com apoio da diplomacia israelense. Na sequência, a fundação abriu um processo também em solo argentino, mas o soldado conseguiu fugir novamente, retornando a Israel de avião.

Segundo o jornal francês RFI, o caso não foi isolado: à época, três outros soldados também tiveram de interromper férias no Chipre, na Eslovênia e na Holanda, por recomendação dos serviços de inteligência israelenses.

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